Desde
março deste ano, a Secretaria
Municipal de Saúde de São Paulo já registrou quase 80
casos de toxoplasmose na capital
paulista. Como ela é chamada de “Doença do Gato”,
é importante que os tutores
saibam como proteger seus
bichinhos e evitar possível
transmissão em caso de
contaminação.
“Primeiro, é importante ficar claro que apenas gatos que tenham
sido contaminados pelo protozoário Toxoplasma gondii é que, eventualmente, podem transmitir a doença pelas fezes. E esse grupo é minoritário. Apesar do triste apelido de 'doença do gato',
é mais comum as pessoas terem contato com o parasita
ingerindo alimentos ou água contaminados do que pelo contato com as fezes contaminadas
dos felinos”, afirma a médica veterinária Lívia Chimati Fatini, do Centro Veterinário Seres do Grupo Petz.
Outros mamíferos, incluindo o homem, podem manifestar a doença, mas
não a transmitem, já os felídeos são os únicos capazes de concluir o ciclo do Toxoplasma, porque conseguem eliminar o parasita nas fezes.
“O gato desenvolve
a doença ao ingerir cistos presentes nos tecidos de animais contaminados ou, de
forma menos comum, ao ingerir os 'ovinhos' (chamados oocistos) presentes em fezes contaminadas de
outros gatos. Esses oocistos só se tornam
infectantes após passarem por um processo chamado esporulação, que
ocorre em alguns dias, dependendo do local em exposição no ambiente. A maioria
dos gatos elimina oocistos nas fezes apenas uma vez ao longo de toda vida”, explica Lívia.
Gatos adultos, e com boa saúde, na maioria das vezes não manifestam sintomas da
toxoplasmose. Geralmente, a doença afeta os
animais mais jovens ou mais velhos, por causa do sistema imunológico enfraquecido.
Sintomas que podem ser observados
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Perda de apetite
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Prostração
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Febre
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Dificuldade respiratória (em casos de
pneumonia)
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Mucosas amareladas (em casos de
comprometimento do fígado)
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Desconforto abdominal (em casos de comprometimento
do pâncreas)
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Cegueira
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Alterações de comportamento (em casos de comprometimento do
sistema nervoso – como, por exemplo, no cérebro)
Como evitar
Para evitar riscos de contaminação
é melhor manter o gato em casa e controlar a alimentação,
oferecendo apenas ração ou alimentos com tratamento térmico adequado.
Nunca ofereça carne crua ou mal cozida. Já
para os gatos que têm costume de
brincar ou dormir no quintal recomenda-se o uso de coleira com guizo. Assim ele
terá dificuldade em capturar
pássaros e
roedores.
Como a doença afeta humanos
A contaminação de humanos e outros mamíferos também se dá pela ingestão de alimentos e água contaminados, além da ingestão de
oocistos presentes nas fezes de felídeos contaminados. Em muitos casos, a doença se manifesta
com sintomas muito parecidos com os da gripe e vai embora depois de algumas
semanas. “Geralmente, a toxoplasmose é uma doença que
passa despercebida, mas, em alguns casos, podem aparecer sintomas
como dores de cabeça, garganta e no
corpo, coriza e febre. De maneira geral, o sistema imunológico se defende
bem contra as ações do parasita”, diz a veterinária.
Entretanto, a toxoplasmose pode evoluir para quadros
graves em pessoas que estejam com a imunidade baixa e entre mulheres grávidas, porque pode afetar os bebês.
As mães podem transmitir o parasita
para o feto através da placenta. Quando isso ocorre no início da gestação aumenta a
probabilidade de aborto ou má formação fetal.
Como se proteger e prevenir a toxoplasmose
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Limpe diariamente a caixa de areia do
seu bichano. A forma infectante do parasita ocorre após aproximadamente
2 dias de exposição das fezes no ambiente. Portanto, quando a limpeza é feita com frequência, o risco de
contaminação é quase nulo.
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Cozinhe bem os alimentos,
principalmente carnes. E lave bem os utensílios domésticos usados com carne crua.
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Lave bem frutas e legumes. Higienize
bem as mãos antes de cozinhar e antes de comer.
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Mulheres grávidas e indivíduos com baixa imunidade devem evitar manusear caixas de
areia.