Férias de fim de ano e o calor do verão são a combinação perfeita para viagens familiares. Um bom planejamento é primordial para que o passeio seja tranquilo e proveitoso para todos. O que muitos tutores não sabem é que o pet precisa ser inserido no planejamento que precede a partida para as férias e o primeiro passo começa com uma visita ao médico-veterinário de confiança.
A avaliação e a orientação de um profissional é essencial para garantir o bem-estar do animal durante os dias de descanso com a família. “O médico-veterinário vai conferir se as vacinas estão em dia e pedir os exames necessários para que o pet siga viagem da forma mais saudável possível”, explica o médico-veterinário Thomas Faria Marzano, presidente da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).
O destino, o meio de transporte e a data da viagem são informações que precisam ser apresentadas ao médico-veterinário para que ele indique os cuidados específicos para cada tipo de passeio. Também é muito importante que o tutor confira as regras de transporte de animais das companhias aéreas e rodoviárias, e as Leis de Trânsito, quando for o caso.
Dependendo do destino, lembre-se de conversar com o médico-veterinário sobre o Atestado de Saúde e o Passaporte para Trânsito de Cães e Gatos. Recentemente, o CRMV-SP lançou, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários a edição atualizada do Guia para Emissão de Atestado de Saúde de Pequenos Animais e a primeira edição do Guia para Utilização de Passaporte para Trânsito de Cães e Gatos com algumas orientações.
Confira a seguir as dicas do CRMV-SP do que deve ser levado em consideração antes da viagem e converse com o seu médico-veterinário:
- Vacinação: é preciso garantir que todas estejam em dia. Atenção especial à vacinas como V8, Antirrábica, contra Gripe e contra Giárdia/Giardíase. Algumas companhias aéreas exigem que a vacina Antirrábica seja aplicada com no mínimo 30 dias de antecedência a data do embarque.
- Coleira repelente e antiparasitários: Marzano é categórico: “Quando o assunto é Leishmaniose, a coleira repelente é indispensável”. A doença é mais comum no verão, pois as altas temperaturas são ideais para a proliferação do vetor da Leishmaniose, o mosquito Palha. As altas temperaturas também geram aumento na proliferação de parasitas como pulgas e carrapatos, por isso, é necessário escolher também qual antiparasitário é o ideal para o seu pet.
- Vermifugação: uma dúvida recorrente é se a vermifugação é necessária antes de uma viagem. O ideal é realizar um exame parasitológico das fezes. “Assim, vamos saber se existe alguma verminose. Se algo for detectado, iremos iniciar o tratamento com as medicações corretas”, explica o presidente da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais do CRMV-SP.
- Verme do coração: está aqui outro vilão para a saúde dos pets no verão. A Dirofilariose, conhecida como Doença do Verme do Coração, é comum nos períodos mais quentes também por conta do cenário ideal à proliferação de carrapatos e do mosquito vetor. “O ideal é prevenir a picada do mosquito vetor e fazer a desparasitação com o médico-veterinário. Os primeiros sinais da doença são tosse e cansaço fácil”, orienta o profissional.
Sol e calor: saiba como proteger seu animal
Sombra e água fresca é uma ótima forma de definir o que se busca nas férias. No verão, tutores precisam ser vigilantes quanto aos problemas de saúde causados pelo excesso de calor.
De um modo geral, os animais são mais suscetíveis as altas temperaturas que os humanos. Por isso, a médica-veterinária Dra. Carolina Filippos, membro da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais do CRMV-SP, dá dicas de como garantir o bem-estar dos pets. “Devemos evitar atividades físicas nas horas mais quentes do dia, entre 10 e 16 horas, e oferecer sempre água fresca e limpa, assim como dispor de sombra para proteção contra os raios solares”, explica.
Esses são cuidados básicos, importantes a todas as raças, entretanto, algumas exigem mais atenção, sendo inclusive fator determinante na hora de decidir se é ou não viável levar o pet na viagem. “Em geral, os animais das raças braquicefálicas (de focinho achatado) são os menos resistentes ao calor e podem apresentar sérios problemas de saúde, inclusive com ocorrências de crises que podem levar o animal até ao óbito”, indica Carolina.
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