Com o
início do inverno, aumenta a preocupação com a gripe. Mas ela não se restringe
aos humanos: gatos e cachorros também podem desenvolver a doença. E, assim como
acontece com os humanos, dicas caseiras podem atrapalhar na prevenção e, até
mesmo, colocar a vida dos pets em risco.
O
médico veterinário e responsável técnico no pet center HiperZoo, Adolfo Sasaki,
esclarece os principais mitos e verdades sobre a doença:
Vitamina C protege cães e gatos da gripe – MITO
“A
vitamina C tem função antioxidante e pode, de certa forma, ajudar a aumentar a
imunidade, porém não protege contra a gripe”, esclarece o veterinário. As
vacinas são a principal forma de proteger os animais e evitar que vírus e
bactérias se proliferem.
Para
a proteção dos cães existem dois tipos: a vacina intranasal, que em apenas 72
horas já estimula a produção de imunoglobina A (IGA), e a injetável, que deve
ser tomada em duas doses, com intervalo de 21 dias. As duas conferem proteção
por cerca de 12 meses.
As
vacinas quádrupla ou quíntupla protegem os gatos da rinotraqueíte (“gripe dos
gatos”), entre outras doenças. “Assim como a maioria das vacinas, a eficácia
não é de 100%. Ou seja, é possível que, mesmo vacinado, o animal contraia a
doença. No entanto, se contrair, os sintomas serão bem mais brandos e os riscos
menores”, reforça o veterinário.
A gripe de cães e gatos não afeta tutores – VERDADE
A
bactéria e os vírus que afetam os cães e gatos não contaminam os tutores. A
rinotraqueíte é causada pelo herpesvirus felino 1 (HVF-1) e causa febre, espirros
seguidos, conjuntivite, rinite e salivação.
Já
a gripe canina, também conhecida como Tosse dos Canis, é causada pela bactéria
Bordetella bronchiseptica, principalmente, e os vírus Parainfluenza e
Adenovírus, que podem agir juntos ou sozinhos. O principal sintoma é a tosse,
mas espirros, secreções nasais, falta de apetite e engasgos também podem
ocorrer. Nenhuma delas podem ser contraídas pelos humanos.
Se meu pet contrair gripe posso tratá-lo com os mesmos
medicamentos que uso - MITO
“É
muito comum que as pessoas se automediquem quando estão resfriadas ou gripadas,
porém isso não é recomendado pelos médicos. O mesmo acontece com os animais.
Além disso, usar os mesmos medicamentos para os animais é um grande risco,
inclusive, de levar o animal à óbito”, alerta o veterinário. Boa parte dos
medicamentos de uso humano é tóxica para o organismo dos animais.
Geralmente,
o tratamento dos pets é realizado com anti-inflamatório veterinário e
antibiótico, em alguns casos. “Somente o médico veterinário poderá indicar o
tratamento adequado para cada animal e, quanto antes o tutor procurar auxílio
profissional, menores os riscos para o pet”, completa.
Meu pet quase não sai de casa, então não corre risco de contrair
gripe. MITO
A
gripe canina e a rinotraqueíte são altamente contagiosas, sendo facilmente
transmitidas de um animal para outro por meio do contato direto ou indireto com
secreções. Mesmo que o animal não tenha contato frequente com outros pets e não
costume passear em locais públicos, pode ser contaminado em uma rápida saída
ou, até mesmo, por bactérias levadas nas roupas e calçados dos tutores.
A
gripe oferece maior risco para filhotes e animais idosos ou debilitados,
podendo ter complicações secundárias e evoluir para conjuntivites, tonsilite
(inflamação das amídalas), pneumonia e broncopneumonia. “Além de incômodas, a
tosse dos canis e a rinotraqueite podem progredir para quadros graves, por isso
não vale a pena arriscar”, aconselha o veterinário.
Agasalhar os pets ajuda a prevenir a gripe. VERDADE
Manter
os pets com a pelagem mais longa, vestir roupas e, principalmente, protegê-los
do vento, frio e umidade são fatores importantes de proteção. Alimentação
equilibrada, com ração de boa qualidade; uso de nutracêuticos e ômega 3, para
melhorar a imunidade; e higiene de roupas e patas após os passeios, também
colaboram com a prevenção da gripe e outras doenças.
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